Todo dia, quando saio de casa, me viro para fechar o portão e vejo, com horror, aquelas duas caixas espelhadas azuis em que lá está escrito: "Ghelfond medicina diagnóstica", quando desço um quarteirão vejo outra caixa de sapato cujo ainda está em construção e apenas dá para ver o número 903, e cada quarteirão tem uma dessas coisas essas coisas que ocupam a visão. Cada vez que encontro uma caixa no meu dia-a-dia, me assusto, e quando penso nelas quase rio, pois quando percebo, a cidade está sendo invadida velozmente por grandes e pequenas caixas de sapato, mas imagino o que se passa na cabeça de um adulto ao ver a caixa de sapatos? "Nossa, construíram novos escritórios, será que consigo algum trabalho aqui?", ou imagino o que se passa na cabeça de uma criança quando passa pelos espelhos "O que será que está acontecendo aqui?" e na cabeça de um cachorro? "au au au arf, au? au ouuuuu, arf?" (significa: Mas o que é isso? Por que ninguém fez xixi aqui?).
A melhor parte da caixa, é que, quando está frio e faz sol, o sol reflete nos espelhos e quando se passa na frente, se sente o calor dos raios, que te esquentam, criando um clima confortável e balanceado, mas esse clima some quando começamos a andar, entramos sob a sombra.Mas lembrem-se, a invasão das caixas apenas aumenta, sem recuar.
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